Nos últimos dois anos, o Brasil enfrentou adversidades climáticas, o que fez o produtor rural buscar alternativas para garantir o custo de sua produção. Volume de indenizações também cresceu exponencialmente e ultrapassou R$ 10 bi
Em 2022, o volume de negócios de Seguro Rural bateu recorde histórico, foram 12,6 bilhões de reais em prêmios emitidos, uma alta de 40% se comparado a 2021. O número é três vezes maior do que há cinco anos. Em 2018, o mercado de Seguro Agrícola comercializou 4,28 bilhões de reais em prêmios. Naquela oportunidade, o governo subsidiou 370 milhões de reais em prêmios de seguro para incentivar o produtor rural a contratar proteção para suas lavouras. Este crescimento na procura por Seguro Rural está ligado a alguns fatores importantes, dentre eles o aumento do recurso de subvenção disponibilizado pelo Governo Federal, que chegou a 1 bilhão de reais em 2022, e que, mesmo sendo inferior aos 1,15 bilhão liberados em 2021 no PSR (Prêmio de Seguro Rural), foram determinantes para o crescimento do setor e maior proteção à economia do agronegócio. Outro motivador está vinculado às experiências negativas que o agro vem enfrentando com as instabilidades climáticas nos últimos dois anos. Estas adversidades, não controladas pelo produtor, afetaram de forma direta a produção agrícola do país (estima-se que o Agro no Brasil deixa de arrecadar 11 bilhões de reais por perda climáticas, isto representa 1% do PIB do Agronegócio – Fonte: Banco Mundial). “Na mesma proporção que houve aumento na procura pelo Seguro Rural, tivemos crescimento também no volume de indenizações, que, pela primeira vez na história, ultrapassaram a casa dos 10 bilhões. Em 2018, o pagamento de indenizações de Seguro Rural fechou em 1,95 bilhão de reais. Já em 2022, este volume chegou a 10,3 bilhões, isto representa um crescimento de 78,6% comparado a 2021”. Este aumento significativo no pagamento de indenizações tem movimentado o mercado segurador, provocando retratação na distribuição de capacidade de importantes “players” do mercado, além de revisão dos contratos de resseguro, novas políticas de subscrição, implementação de novas tecnologias de mitigação de risco, além de revisão das áreas de atuação com mapeamento das regiões de maior risco. “O Seguro Rural terá um 2023 desafiador, precisamos entregar soluções de proteção em seguros para o Agronegócio, mesmo com um cenário de resultado adverso. Para isto, temos o governo federal sinalizando aumentar o volume de recurso disponibilizado para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural, os governos estaduais indicando ampliar os programas de benefícios e as Seguradoras com olhar de oportunidades frente a adversidade, enxergando espaço para ampliar seus negócios com novos contratos de resseguro”. Como novidade, o mercado estuda o Seguro Paramétrico como uma nova solução, que, apesar de pouco conhecido pode ser uma importante ferramenta neste momento, com um novo conceito de proteção, mas que tem o mesmo objetivo de mitigar o risco do produtor e garantir seu custo de produção em função do único fator que não está no controle de Produto Rural, as mudanças climáticas.
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